A discriminação no trabalho ainda é, lamentavelmente, um gargalo que precisa ser investigado e devidamente combatido por muitas empresas. Esta prática contraria o entendimento da Constituição Federal de que ?todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza?.
Em outras palavras, a legislação brasileira compreende que todos os indivíduos têm os mesmos direitos e deveres ? com as devidas adequações às particularidades de cada grupo. No entanto, ainda é necessário que as empresas trabalhem e fiscalizem atos de discriminação no trabalho.
São muitos os motivos pelos quais grupos sociais historicamente marginalizados enfrentam discriminação. Seja por gênero, raça, orientação sexual ou religiosa, fato é que todas as formas de preconceito precisam ser combatidas, de modo a oferecer um ambiente de trabalho saudável e harmônico para todos.
Conheça abaixo as melhores práticas de combate a todas as formas de discriminação no ambiente laboral, que podem e devem ser implementadas na sua empresa.
Como identificar a discriminação no trabalho?
Existem duas principais formas de discriminação no trabalho. A primeira é conhecida como discriminação direta e acontece quando um indivíduo recebe um tratamento inferior em razão de um critério, seja ele:
- Etnia;
- Gênero;
- Orientação sexual;
- Racial;
- Deficiência;
- Idade;
- Religião;
- Nacionalidade;
- Característica física.
Um exemplo prático disso, por exemplo, é a remuneração inferior destinada a mulheres que tenham a mesma aptidão e exerçam a mesma atividade do que homens.
Já a segunda, é a discriminação indireta, que não apresenta, necessariamente, um elemento prático que comprove o preconceito. Assim sendo, a discriminação indireta tem relação com uma situação de desvantagem submetida a um funcionário ou a um grupo.
Um exemplo prático disto é quando uma empresa solicita a candidatas que realizem um exame de gravidez durante o teste médico obrigatório de admissão, por exemplo.
Mas o que não é discriminação?
Existe um princípio de isonomia que determina que os iguais devem ser tratados como iguais; já os desiguais, como desiguais. Isso significa que algumas pessoas necessitam de tratamento diferenciado.
Ou seja, oferecer uma rampa de acesso para um colaborador cadeirante não é um ato de discriminação no trabalho, mas sim de inclusão e diversidade.
Como se atentar a comportamentos discriminatórios?
É muito mais fácil identificar casos de discriminação no trabalho quando este preconceito é explícito. Assim, os gestores devem ficar de olho nos praticantes e nos motivos. O problema maior se dá quando a discriminação é velada.
As práticas mais comuns de discriminação são quando um colaborador não costuma ser convidado para eventos, como happy hours e almoços, ou quando uma pessoa tem, frequentemente, sua opinião menosprezada em reuniões.
O surgimento de fofocas constantes a um mesmo colaborador, bem como um isolamento deste por parte do grupo, também são sinais de que algo deve ser apurado.
Afinal, como combater a discriminação no trabalho?
Existem algumas medidas práticas para serem adotadas e estimuladas na tentativa de investigar, punir e evitar a prática da discriminação no trabalho. Dentre elas, podemos citar algumas dicas a seguir. Confira!
Invista na diversidade dentro da sua empresa
A diversidade está em alta nos discursos de muitos empreendedores, no entanto, na prática, esta realidade é um pouco diferente. Somente uma política de diversidade verdadeiramente efetiva pode abrir as portas da sua organização para funcionários diversos, evitando inclusive que cargos de liderança sejam ocupados exclusivamente por homens e pessoas brancas.
Através da valorização dos indivíduos a partir de suas competências e fazendo do RH um departamento inclusivo e acolhedor, é possível vencer preconceitos e emaranhar, no mesmo cenário, pessoas de diferentes visões e realidades.
Assim sendo, uma empresa em que a diversidade é uma realidade, a prática de discriminação no trabalho ? seja por raça, etnia, gênero, sexualidade, religião ou condição ? pode ser mais facilmente evitada.
Reveja conceitos
Questões como discriminação e preconceitos são muito mais prejudiciais do que se imagina. Por esta razão, sempre que for verificada alguma discussão sobre estes temas, é muito importante que os gestores evidenciem quais são as consequências para esse tipo de comportamento.
Manter a equipe da empresa devidamente informada sobre o que é a discriminação e mostrar que a cultura organizacional é firmemente contra esta prática é uma das melhores ações para evitar atos discriminatórios.
Se posicionar é indispensável
Cabe aos líderes tomarem partido e se posicionarem contra a discriminação no trabalho tão logo percebam que o problema persiste. Este é, de longe, o pior momento para se fazer de desentendido, principalmente quando se ocupa um cargo de gestão.
Quando a prática é denunciada ao gestor ? e não presenciada por este ?, é preciso estabelecer uma criteriosa investigação acerca do acontecido. Em muitas situações, buscar a intervenção do RH para solucionar o conflito e propor soluções justas é uma prática adequada.
Invista em políticas de inclusão
Novas políticas organizacionais precisam ser explanadas aos colaboradores para que não restem dúvidas quanto à sua efetividade. Líderes que não dão o exemplo por si só são incapazes de combater a discriminação no trabalho.
Portanto, implementar políticas de inclusão, com metas e ações bem delimitadas, que estudem minimizar ou eliminar com qualquer tipo de pensamento discriminatório dentro da empresa, é uma diretriz que deve ser estudada.
Valorize e estimule as individualidades de cada colaborador, reconhecendo que suas diferenças particulares são indispensáveis para o crescimento da organização ? em todas as suas esferas.
Isso significa que abrir as portas da sua empresa para os mais variados perfis de candidatos a vagas de trabalho é um incentivo à inclusão e um recado transparente de que a discriminação no trabalho é uma prática incompatível com os valores da cultura organizacional.
Invista em treinamento comportamental
Não é só a discriminação que pode ser uma atitude equivocada adotada por colaboradores. Muitos funcionários, justamente por suas particulares visões de mundo, podem acabar levando para dentro da empresa uma visão prejudicial, como a falta de senso de coletividade, de empatia ou de inteligência emocional.
São muitas as boas práticas organizacionais que não são inerentes a todo colaborador, mas que podem e devem ser trabalhadas. Investir em treinamentos comportamentais, de modo a aperfeiçoar habilidades indispensáveis nas suas equipes, é outra boa política que pode ter, entre outros resultados, uma diminuição nos atos de discriminação.
Se você gostou deste conteúdo sobre a necessidade em combater a discriminação no trabalho e agora quer ler mais sobre gestão e empreendedorismo para aprender mais sobre como modernizar a sua empresa, continue em nosso blog!